Os colonos (i contadini), quase analfabetos, vivam subjugados pelos patroes autoritarios, e relacoes de trabalho tiranicos, renumerando-os mal, nao obstante um sem numero de exigencias que visavam cada vez mais alongar as necessidades dos trabalhadores da terra.
Na Italia nao lhes era permitido pegar uma cana na mao sem antes pedir licenca ao patroe..." - palavras de Adolfo Zucchetti ( in Italia izer nhanca de ciappar na canna secca in man senza dimandarghea so paruni...) que ouvira dos pais Isaia e Thiara, o relato do fatos daqueles tempos aridos. Sofria-se com a falta de alimentos e desemprego. Quando conseguiam empregar-se amargam a exploracao do trabalho.
No limite da miseria e habitando casas rusticas, de dimensoes insuficentes para familias em geral numerosas, recorriam as estrebarias nos meses de inverno, buscando aquentar-se junto aos animais, como vacas e cavalos e, assim, fazer frente a temperaturas de varios graus negativos que desencadeavam nevascas formidaveis. Neste periodo era impossivel trabalhar a terra, e , para deslocarem ou mesmo sair de casa, fazia -se necessario abrir caminhos com enxadas e pas em meio as compactas barreiras de gelo acumuladas.
Enquanto isso, 'i filava", aproveitando o tempo disponivel pra tecer roupas do "tole".
"Chi anni la se patia a fome... Dee volte el magnar l'era sal e polenta, parche de altro no ghe zera", afirmou Eusebio Zanchettin que aqueles anos sofria fome... as vezes, a comida era so polenta, porque outra coisa nao havia".
A pobreza que se abatia sobre o povo, em particular sobre as classes citadas no rodape da estrutura social, como os agricultores da epoca, vivia-se grandemente as guerras continuas que grassvam e envolviam em seus mantos de sangue e morte aquelas populacoes - "La guerra la magnea tutto", conclui Eusebio ( a guerra comia tudo).
A escasses de alimentos acentou-se tanto a certa altura que muita gente, apos a colheita do milho ou do trigo, passava a catar qualquer resto de espiga, ou mesmo de graos para reforcar a propria alimentacao ou com vistas a venda, a fim de conseguir um ganho suplementar.
Quando a partir de 1847 o Brasil decide facilitar a entrada de contigentes de estrangeiros para colonizar areas carentes de mao-de-obra agricola(leia o capitulo) O Imperio do Brasil e a emigracao do ensaio da Italia milenar para o novo Brasil", os agenciadores contratados pelo governo imperial com o fim de propagandear os beneficios da iniciativa, passaram a alardear a novidade como se fosse uma providencia dos ceus que vinha redimir os pobres e infelizes, que naqueles idos ocuparam o solo europeu. Com suas promesas risonhas conseguiram o feito de fazerem vigorar nas mentes e coracoes desalentados de milhares de desventurados camponeses italianos a marca da esperanca presente e continuamente vigilantes, acenando-lhes om a oferta de terras abundantes na America.
Confundindo o Brasil com a imagem ampla e generica da "Merica" que clamavam sel "El paese della cucogna' (O Pais da fortuna), muitos deliberavam em vir ao encontro do tao desejado e suspirado paraiso... A viva voz, proclamavam que 'nel Brasile se cata i soldi su pae piante" ( no Brasil se encontra dinheiro em arovres") uma das ilusoes da fortuna que na "Merica" podeoria ser facilmente alcancada.
Em 1875, em masa, eles principiaram o exodo da Italia familiar rumo a "Merica" muito distante e selvagem"...
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